domingo, 16 de dezembro de 2012

Eficácia da acupuntura


Estudos mostram que acupuntura é um tratamento com raros efeitos colaterais, a maioria decorrente da prática incorreta e da falta de capacidade de quem a aplica. Segundo estudos publicados no British Medical Journal em 2001, o risco de uma reação adversa grave era de 1 em 10.000.
A grande questão, no entanto, é se a acupuntura é realmente eficaz. Uma conferência da Organização Mundial da Saúde, em 1979, recomendou o uso da técnica oriental para o tratamento de 43 patologias. Os resultados, contudo, não foram comprovados por meio de rigorosos testes clínicos e foram questionados.
A favor da acupuntura há o fato de que nas últimas três décadas avolumaram-se estudos atestando sua eficiência. Um dos estudos foi realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo, pelo fisiatra intervencionista João Amadera. Associada ao tratamento convencional da lombalgia, mostrou acelerar o alívio da dor a curto prazo. Feita com 60 pacientes, 32 receberam o tratamento convencional aliado à acupuntura e 28 receberam apenas o convencional e acupuntura placebo (sem carga elétrica). Quando responderam a um questionário que mede a escala de dor, o grupo que realmente foi tratado com acupuntura relatou uma melhora de três pontos em média na escala, que vai de 0 (menor dor) a 10 (maior dor possível). “A acupuntura já passou pela prova das pesquisas de qualidade, como metodologia científica de qualidade mostrando a sua eficácia”, disse Amadera, em entrevista ao site de VEJA. “Não teve efeitos colaterais — é igual ou mais seguro que os atuais tratamentos para a mesma patologia — e se mostrou mais eficiente que o placebo.”
Geralmente a acupuntura é recomendada para patologias simples, que não oferecem risco de vida, ou para tratar dos efeitos colaterais, como náuseas, de pacientes que passaram por quimioterapia. Ela funciona ao promover uma ação no local onde as agulhas são aplicadas que impedem que a percepção nervosa de dor chegue ao sistema nervoso central. “Ressonâncias magnéticas já demonstraram que a terapia age no cérebro liberando endorfinas no sangue (endorfinas são como analgésico naturais produzidos pelo próprio corpo) e equilibrando os neurotransmissores”, afirma Ruy Tanigawa, da Associação Médica Brasileira de Acupuntura. Outras pesquisas já registraram o poder da técnica na redução de colesterol e triglicérides (duas gorduras que formam placas que podem entupir as artérias), no controle do açúcar no sangue e na melhora do funcionamento do sistema imunológico.
Há, porém, alguns obstáculos para sua completa aceitação. Um deles é a dificuldade de replicar os resultados das pesquisas. “Não adianta repetir a localização dos pontos nos quais as agulhas são colocadas, cada caso precisa de uma configuração diferente”, explica Tanigawa. Embora seja complicado reproduzir os resultados, está mais que provado que a acupuntura funciona na redução da dor e no alívio de náuseas e vômitos que aparecem após intervenções cirúrgicas e a quimioterapia. Mesmo que não seja um médico a fazer a aplicação, é recomendável que a formação do acupunturista seja sólida.
“A acupuntura não deveria ser feita só por médicos”, diz Nelson Filice de Barros, coordenador do Laboratório de Práticas Alternativas Complementares e Integrativas em Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (LAPACIS). “Mas há uma razão para o problema estar em pauta. Ninguém pode se propor a fazer isso sem a devida formação e um devido controle sobre os centros formadores.”

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Anvisa prorroga prazo para escrituração dos antimicrobianos no SNGPC. Nova data ainda será divulgada


10 de dezembro de 2012
A Anvisa prorrogou hoje (10 de dezembro) o prazo para escrituração dos antimicrobianos no SNGPC, que estava prevista para iniciar em janeiro de 2013. De acordo com a Agência, é necessário um maior tempo para fase de testes entre Anvisa e farmácias e drogarias privadas, uma vez que a Gerência Geral de Tecnologia da Informação do órgão identificou instabilidade do ambiente de homologação do SNGPC para a versão 2.0 do sistema. Em consequência da impossibilidade dos desenvolvedores de completarem seus testes, é necessário prorrogar o prazo para essa fase de testes. A previsão para que o ambiente de homologação esteja estável é 16/01/2013.
Diante disso, o prazo previsto no item III do Art. 2º da Instrução Normativa nº. 07/2011, que previa o início da escrituração de antimicrobianos no SNGPC a partir de 16/01/2013, será prorrogado. O período da prorrogação será publicado em breve por meio de uma Instrução Normativa.
A Anvisa esclarece, ainda, que os estabelecimentos que já comercializam medicamentos e substâncias da Portaria 344/98 e escrituram essas movimentações no SNGPC deverão continuar da mesma forma, quanto aos estabelecimentos que comercializam somente os medicamentos antimicrobianos devem continuar a dispensar esses medicamentos com a retenção da segunda via da receita conforme prevê a RDC 20/2011.
Caso surjam dúvidas, entrar em contato por meio da Central de Atendimento da Anvisa 0800-642-9782 ou digitar sua dúvida no linkhttp://www.anvisa.gov.br/institucional/faleconosco/FaleConosco.asp

Assessoria de Comunicação CRF-SP
(com informações do portal da Anvisa)

Esse conteúdo foi retirado do site:http://portal.crfsp.org.br/noticias/3987-escrituracao-de-antimicrobianos.html

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ACUPUNTURA


O que é
Diferentes abordagens para o diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças são realizadas, entretanto o procedimento mais adotado no mundo atualmente é a penetração da pele por agulhas
metálicas muito finas e sólidas, manipuladas manualmente ou por meio de estímulos elétricos.
Para que serve
A acupuntura é especialmente indicada para a redução da dor em casos de fibromialgia e dores
localizadas nas costas, tratamento de náuseas e vômitos em pacientes que se submetem a quimioterapias ou cirurgias, e diminuição da tensão emocional.
Curiosidades
A acupuntura é um conjunto de práticas terapêuticas inspirado nas tradições médicas orientais. Criada há mais de dois milênios, a acupuntura é um dos tratamentos médicos mais antigos do mundo. Consiste na estimulação de locais anatômicos sobre ou na pele – os chamados pontos de acupuntura.
De acordo com a tradição chinesa, a técnica é capaz de ajustar canais energéticos do corpo, chamados na acupuntura de meridianos, de acordo com equilíbrio de yin e yang. A medicina ocidental e moderna, contudo, sugere que o método estimule a liberação de substâncias químicas que alteram o sistema nervoso e podem ter efeitos em todo o corpo, promovendo o equilíbrio do organismo. Sendo assim, está muito associada a transtornos orgânicos resultantes de tensões emocionais como o estresse.
O diagnóstico é feito após o questionamento de diferentes aspectos da vida do paciente e a observação de manifestações físicas como a pulsação, a respiração, cor e aspecto da pele e da língua. Assim que o problema é identificado, o paciente pode ter alguns de seus mais de mil pontos de acupuntura estimulados em diversas e frequentes sessões.

A acupuntura busca a recuperação do organismo como um todo pela indução de processos regenerativos, normalização das funções alteradas, reforço do sistema imunológico e controle da dor.
Embora pesquisas tenham demonstrado que a acupuntura pode realmente desativar áreas do cérebro associadas a dores, não se sabe exatamente se o método constitui um mecanismo que sustenta ou contribui para o efeito terapêutico sobre uma pessoa.
De qualquer forma, a técnica sobrevive há milênios, mostrando benefícios a indivíduos com problemas gastrointestinais, respiratórios, musculares, urológicos, endocrinológicos, psicológicos e neurológicos, ginecológicos e até mesmo dermatológicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a prática um complemento da medicina moderna. Nos Estados Unidos, foi recomendado apenas no ano passado pelo Instituto Nacional para a Saúde e Excelência Clínica (NICE) como opção de tratamento para dores nas costas pelo sistema público de saúde do país.
No Brasil, a acupuntura é reconhecida como especialidade médica conforme deliberação do Conselho Federal de Medicina e consta na Tabela do Sistema de Informações Ambulatoriais (SAI/SUS) do Ministério da Saúde.
Experiências com ratos demonstraram que a acupuntura pode até triplicar os efeitos de um composto natural conhecido por suas funções antiinflamatórias e analgésicas.
Pesquisadores da Universidade de Rochester, nos EUA, observaram que tecidos próximos das agulhas tinham até 24 vezes mais adenosina, sugerindo que a imperceptível perfuração da pele possa acionar tanto o acúmulo da substância em tecidos mais externos da pele, como também a sinalização ao cérebro para criar endorfinas naturais contra a dor.
De acordo com a medicina chinesa, os meridianos energéticos que atravessam o corpo são afetados por energias “perversas”, que afetam o organismo de forma geral. Apesar de soar místico, a própria tradição ocidental considera que ventos, bactérias, vírus, lesões, traumas, ansiedades, frio ou calor constituam boa parte das energias “perversas”. A medicina moderna concorda.
Nem apenas de agulhas vive a acupuntura: a estimulação de pontos de acupuntura pode ser feita também pelos dedos (acupressão), com pedras quentes, laser e muitas outras técnicas. O importante, pregam os defensores da prática, é que os fluxos energéticos sejam retomados e a energia do corpo equilibrada.

Acupuntura no SUS ajuda pacientes com dores sem solução e já está até na UTI



Em um ano, atendimentos pelo sistema público crescem 76%; agulhas já são usadas por médicos de várias especialidades, de ortopedistas a psiquiatras

As agulhadas usadas para aliviar a dor do motoqueiro ferido no trânsito e internado na UTI também são empregadas para tratar a perna da senhora que já passou por todos os médicos, sem resultados. Eles são exemplos de pacientes que estão entre os 1,2 milhão de atendimentos de acupuntura feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) no último ano.
De acordo com um levantamento inédito feito pelo Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA), o total de consultas realizadas em 2011 – tabulados por meio do banco de dados do Ministério da Saúde – representa um aumento de 76,4% comparado as 680 mil feitas no ano anterior.
Cristina Gallo/Fotoarena
André Tsai coordena o serviço de acupuntura do HC ao lado de profissionais de diversas especialidades
Cristina Gallo/Fotoarena
Maria Eni afirma que as agulhadas foram a solução para as dores que a acompanhavam há 10 anos: 'respirei e não doeu'
Cristina Gallo/Fotoarena
Leila tinha um tumor na medula espinhal: "a acupuntura me fez voltar a andar e me ajudou em tudo"


O crescimento do chamado método alternativo gratuito tem a contribuição das mais variadas especialidades médicas, da ortopedia à psiquiatria. De forma pioneira, é utilizado até mesmo em meio ao maquinário das unidades de terapia intensiva (UTI), como conta Fernando Genschow, médico do CMBA e um dos autores da resolução nacional que estabeleceu, em 2006, as diretrizes da introdução da acupuntura no SUS.
“Acupuntura é neurociência. É um método muito versátil porque as agulhas promovem estímulos neurológicos repercutidos em todas as células do corpo”, afirma o especialista, que atua no Hospital do Distrito Federal.
“Por isso, no último ano introduzimos a técnica nas UTIs. Atendemos especialmente as vítimas de acidentes de trânsito, a maioria motociclistas, com múltiplos traumas no corpo.”
Segundo Genschow, são dois objetivos principais que justificam o emprego das agulhas para pacientes que exigem cuidados intensivos: o alívio da dor, indicação que concentra a maior parte das pesquisas científicas sobre acupuntura, e melhora da função respiratória dos acidentados.
“Como o tratamento promove uma reprogramação cerebral isso repercute na melhora da respiração. A necessidade de um respirador artificial é a mais frequente para manter o paciente na UTI. Então, além de melhorar a qualidade de vida, a acupuntura também pode reduzir o tempo de internação. Lá na ponta, isso pode até reduzir os custos hospitalares”, completa o especialista.
Celeiro científico
Apesar da experiência na UTI do hospital do Distrito Federal, a maior parte da utilização das agulhas como parte do tratamento no SUS se dá em consultas de rotina, feitas em ambulatórios.
Para ter acesso, o paciente precisa ser encaminhado por um médico do serviço público. É neste contexto que as unidades de acupuntura acabam acumulando casos de pacientes cujas dores não têm solução. São os pessoas que já tentaram inúmeros tratamentos convencionais sem efeito esperado, como conta a dona de casa Maria Eni da Silva Santos, 46 anos, moradora de São Paulo.
“Sofri 10 anos seguidos por causa de uma dor nas costas que queimava, não me deixava levantar da cama e exigiu afastamento do trabalho (auxiliar administrativo)”, lembra.
“Fui tratada por ortopedistas, neurologistas e até psiquiatra. Há 3 anos, meu médico indicou a acupuntura. É um complemento da fisioterapia, mas já após a terceira sessão semanal pude respirar sem sentir dor”, conta ela, que voltou a trabalhar há 3 meses.

Maria Eni é atendida no centro de acupuntura do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), onde encontra outras pessoas que “já tentaram de tudo” até chegarem ao serviço coordenado pelo médico André Tsai.
“Os nossos pacientes vêm de todas as áreas do HC, desde o Instituto do Câncer até o Instituto Central. Também são referenciados por Unidades Básicas de Saúde (UBS) próximas ao hospital”, diz Tsai.
“Nossa equipe é formada por ortopedistas, fisiatras, neurologistas, psiquiatras e clínicos gerais que também são acupunturistas. É o que permite dar conta das mais variadas queixas, muitas que se estendem por anos”, define.
Dores, insônia , depressão , paralisias faciais epneumonias estão entre os problemas dos 200 casos novos recebidos mensalmente no centro de acupuntura do HC. Eles também ajudam a formar o celeiro científico existente no local, já que – com o apoio dos estudantes de medicina que também atuam na unidade – são conduzidas pesquisas científicas para comprovar (ou não) a eficácia da acupuntura na melhora dos quadros clínicos mais variados.
Barreiras
Ampliar as comprovações científicas da indicação da acupuntura como tratamento é uma das barreiras para que mais unidades públicas ofereçam a prática. Por ora, os estudos científicos mais contundentes são internacionais e concentram-se no uso da acupuntura para o alívio da dor.
“Eu gostaria de ser estudada porque a acupuntura salvou a minha vida”, afirma a psicóloga Leila Strazza.
Há 17 anos, ela teve um tumor na medula espinhal de por causa da cirurgia acabou na cadeira de rodas.
“As agulhadas não só me fizeram voltar a andar, como me ajudaram com a depressão, com as dores e até melhoraram a qualidade da minha visão. Eu englobo todas as maravilhas que a acupuntura pode promover”, acredita ela que, de fato, é estudada pela equipe do HC.
Além das comprovações científicas, a acupuntura gratuita ainda é feita por apenas 500 médicos em todo País, o que indica que o acesso não é universal. Não só dos dados científicos precisam ganhar fôlego como também as vagas para acolher os pacientes, avalia o CMBA.

 Este conteúdo foi retirado do site: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-12-05/acupuntura-no-sus-ajuda-pacientes-com-dores-sem-solucao-e-ja-esta-ate-na-uti.html, por Fernanda Aranda , iG São Paulo